Dentre as frases/homenagens em deferência ao professor, neste 15 de outubro, uma delas me chamou a atenção: “Educador é aquele que confecciona asas.” A expressão retrata algo particular dessa profissão que é um desafio para a vida toda. Digo isso, porque, pelo discurso comportado do ensino-aprendizagem, o professor é preparado para fabricar homens-padrão. E ele fracassa dessa missão, pois, apaixona-se por cada aluno, dando a eles o livre-arbítrio de sonhar… – A única lição que não se ensina nos livros. Por isso, o professor é um incompreendido, e só valorizado anos depois… – Quando passa a ser uma doce lembrança. Um vínculo de gratidão pelas histórias contadas, entrelaçadas.– O amor não cai na prova. E esse é um outro carma: – Transformar meninos em homens, ensinando-os o teorema de Pitágoras, quando, na verdade, ele está “confeccionando asas”, por meio dessa relação que só cresce em afeto. O professor não é nenhum herói intergaláctico, guardião do segredo do universo… – É um ser humano, dotado de um sentimentalismo (contido) que o faz beirar a loucura. E que se reserva à discrição, quando deveria transbordar. E que chora todas as vezes em que tem que oprimir, para não contrariar o sistema…- Que se realiza naquele quadrilátero, que é uma extensão dele próprio e um extrato do mundo. E, que para poder voar fora dali, move as pás dos moinhos de vento… – É um inquieto que vive de examinar os seus valores éticos e morais, mas sem nunca deixar de encorajar todos a revolucionarem os seus próprios destinos. Os alunos querem que lhes digam como fazer, o professor apenas ilumina o caminho… – E então, a porta se abre, feito inspiração. Aprendemos com os pais, com o vizinho, com a palmatória, com uma pedra no meio do nada.. – O professor nos faz pensar. E é por meio desse exercício que nos tornamos, verdadeiramente, livres.
Misael Nóbrega de Sousa
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