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UMA POR DIA… Caneta azul

 

Há poucos dias da entrevista que Milton Nascimento concedeu à folha de S. Paulo, quando disse que “A Música brasileira tá uma porcaria!”, respondendo sobre o cenário atual, surge através das redes sociais, a deplorável: “Caneta azul”, com seus inesperados milhares de visualizações. 

 
Os likes de famosos, como: Neymar, Tirulipa, Wesley Safadão e Rodrigo Faro, acabaram proporcionando mais audiência, acelerando o processo de viralização.

 
O curioso é que o hit, que fala de um aluno que perdeu uma “caneta no caminho da escola”, chega a ser mais “sem noção” que o seu antecessor, “Boate azul”; este, “doente de amor, procurou remédio na vida noturna”. Ambas, sem qualquer inspiração musical, convenhamos.

 
Algo improvável de acontecer no país de Chico, Caetano, Gil, Jobim, João Gilberto e do próprio Milton… – Com suas composições talentosas e bem elaboradas. Basta lembrar: “Construção”; “Alegria Alegria”, “Drão”, “Garota de Ipanema”, “Chega de Saudade” e “Travessia”… – Comprometidas com as ilusões amorosas e a vida social e política do país, porém sem nunca ser piegas.

Neste país de que fala Milton Nascimento, é a cultura digital que faz com que qualquer pessoa acesse à internet para gerar conteúdos potencialmente virais através de: posts, textos e tweets divertidos, que ganham engajamento, rapidamente, e se tornam populares. 

Nem cabe aqui, mas eu vou citar Ariano Suassuna, que cabe em qualquer lugar: “A massificação procura baixar a qualidade artística para a altura do gosto médio. Em arte, o gosto médio é mais prejudicial do que o mau gosto… Nunca vi um gênio com gosto médio”.

Pois bem, assim como o relâmpago, com seus milissegundos, esses fenômenos internéticos não produzem um sentimento mais demorado. O máximo que conseguem é fazer com que a gente dê boas risadas… – Para ofuscar-se na sua própria perplexidade!!

 

 

Misael Nóbrega de Sousa

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