Escola! Marche! As praias do Brasil ensolaradas, Lá lá lá lá; O chão onde o país se elevou Lá lá lá lá… Acrescentemos à letra da música: “Eu te amo meu Brasil”, gravada pelo grupo “Os Incríveis”, em 1970, e considerada um hino ufanista do regime militar… – “As praias do Brasil emporcalhadas, Lá lá lá lá”, para demostrar a nossa indignação quanto ao desastre ambiental ocorrido no nordeste, no início do mês de setembro.
Desde então, um óleo cru vem manchando a costa nordestina em uma extensão de Cerca 2.250 km, despejado sabe-se lá por quem. Até esta data, as manchas já apareceram em 194 praias, atingindo 28 municípios em todos os 9 Estados da região.
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, rechaçou a tese de que o governo demorou em dar resposta ao desastre ambiental e que militares do Exército vão reforçar as ações de limpeza das praias no litoral do Nordeste. O fato é que a população praiana, ignorando a possibilidade de contaminação, antecipou-se ao protocolo e está promovendo, por sua conta e risco, a retirada do petróleo. Sem considerar o descarte, e de forma voluntária, já recolheram cerca de 600 toneladas de resíduos. – “Tá chegando a alta estação e não podemos perder mais turistas, ôxente… – Bora, bora, bora!”
Os órgãos de inteligência estão trabalhando para tentar chegar à conclusão de onde partiu esse óleo. – Veio mesmo da Venezuela ou de alguma refinaria da Shell, empresa petrolífera multinacional? – Vai ver ainda é resquício de uma das 13 embarcações de Cabral, que lavaram os seus porões para transportar a nossa pureza.
“Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo. ” (Trecho da carta que Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei de Portugal). Já que foi aí que tudo se fez começo:
“Eu te amo meu Brasil, eu te amoMeu coração é verde, amarelo, branco, azul anil…”
Misael Nóbrega de Sousa
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