Com o fim da gestão pactuada no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa e a consequente greve dos neurocirurgiões, cirurgiões torácicos e vasculares, o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, teve um sábado atípico. Desde as 7 horas deste sábado, 28, quando os profissionais cruzaram os braços, ele esteve no Hospital de Trauma ajudando a equipe a manter os atendimentos e também atendendo a imprensa que buscava informações sobre a crise estabelecida com o desligamento do Instituto Acqua, responsável pela gestão da unidade nos últimos seis meses.
Geraldo, que é cirurgião torácico, entrou na escala e foi à sala de cirurgia às 2 horas da madrugada deste domingo, 29, para um procedimento de contenção a um derrame pleural.
Em nota à imprensa, o Governo da Paraíba informou que 550 médicos concursados e os que trabalham no regime CLT continuam dando plantão normalmente no Hospital de Trauma de João Pessoa e que apenas 50 médicos que fazem parte da Neurovasc não compareceram ao plantão, e serão substituídos progressivamente. Com isso, o secretário de Saúde, Geraldo Medeiros, está realizando pessoalmente os atendimentos para garantir que a população da grande João Pessoa não seja prejudicada.
De acordo com o secretário, essa decisão dos médicos foi precipitada, já que na sexta-feira (27), durante uma reunião com a cooperativa, havia sido acordado o valor do plantão de 12h para os neurocirurgiões no valor de R$ 2.400 e para os torácicos de R$ 2.800. “É importante ressaltar que este valor está acima da média nacional. Com este salário eles estarão recebendo o maior salário do país. Mas, mesmo com a saída dos médicos cooperados, a população pode ficar tranquila e curtir o feriado de final de ano. Os atendimentos estão normais no Hospital de Trauma. Eu estou aqui na porta do hospital à disposição para o que precisar e já estamos substituindo progressivamente os médicos que abandonaram o serviço”, salientou.
Os neurocirurgiões, cirurgiões torácicos e vasculares do complexo hospitalar reclamam da ausência de pagamento dos salários de novembro e dezembro por parte do Instituto Acqua, responsável pela gestão pactuada da unidade até o dia 27 de dezembro, quando se encerrou o contrato com a organização social, contudo, o Governo da Paraíba repassou ao Acqua, na quinta-feira (26), R$ 10,2 milhões para encerrar as atividades da Organização Social no Trauma. “O Estado da Paraíba não deve nada ao Acqua. Se os médicos não receberam, eles têm que acionar a OS e não o Estado. Além disto, tivemos ao longo dos últimos seis meses 15 notificações por descumprimentos de termos do contrato”, ponderou Geraldo.
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