O Tambaú Debate deste sábado, 26, teve como entrevistada
A reitora da Universidade Federal da Paraíba, Margareth Diniz foi entrevistada do Tambaú Debate deste sábado, 26, e avaliou seus oito anos à frente da universidade.
Margareth também revelou detalhes sobre o rompimento com a vice, Bernardina Freire de Oliveira, além de adiantar que vai anunciar seu candidato à reitoria no início de fevereiro. Ela não se furtou a comentar temas delicados como a menção da UFPB em trecho da delação premiada do empresário Daniel Gomes em que ele tratava com Coriolano Coutinho, irmão do então governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) sobre o plantio de maconha em terreno da universidade que seria cedido ao Lifesa.
“Que a erva aqui ela cresce bem no sertão… só pode plantar no sertão… pra poder arredondar o projeto a gente… já tá pronto… já tá em vias de assinatura do acordo… então a UFPB tem uma fazenda enorme, ela vai ceder essa fazenda pro LIFESA a gente vai plantar numa área federal, numa área da UFPB, com apoio do MPF…”, disse Daniel a Coriolano na gravação.
“Só faltava essa! Doutor Godoy [José Godoy, Procurador Regional dos Direitos do Cidadão] entrou em contato conosco e fizemos uma nota conjunta. A professora da universidade [doutora Katy Lísias Gondim Dias de Albuquerque, coordenadora do projeto de pesquisa e extensão em Cannabis Medicinal na UFPB] ficou apavorada com isso… na verdade, o convênio nem chegou a ser assinado. Em segundo lugar, a universidade faz pesquisa de ponta. A professora inclusive faz a pesquisa clínica acompanhando as crianças e as pessoas que utilizam o canabidiol e tem dado resultados excelentes. Além do mais, a Anvisa proibiu o cultivo, então, como a UFPB iria plantar maconha? e para que fim? porque nossa finalidade será sempre acadêmico e para o bem da sociedade. Então, era uma ação que envolvia Ministério Público, universidade, Abrace [Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança] e pessoas têm interesse que isso dê certo porque conhecem os pacientes que precisam do canabinóide. Nós só trabalhamos dentro da estrita legalidade”, afirmou Margareth.
Conclusão do reitorado
“A UFPB completa 65 anos em 2020 e ela está em outro patamar. Ela pode ser considerada uma das melhores do país. Ela vai muito bem em vários indicadores como ensino de graduação, pós-graduação, pesquisa, inovação tecnológica, internacionalização… ela está em terceiro ou quarto lugar entre as 18 universidades do Nordeste, dependendo do indicador e é a primeira do país em inovação tecnológica e registro de patentes”, avaliou a reitora, que também falou do rompimento com sua vice. “Infelizmente, quando assumi, repassei para ela algumas ações importantes como a condução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, dez comissões que funcionam na UFPB, a política de segurança, mas ela reclamou de que não teve condições de fazer outras coisas que eu desconheço quais seriam. Lamento. É uma boa pessoa, temos uma boa convivência, mas administrativamente não deu certo.
Apoio a candidato a reitor
Sem revelar o nome, Margareth adiantou que no início de fevereiro vai indicar quem será o candidato que receberá seu apoio para disputar a reitoria. “Temos um projeto que deu certo na UFPB. Tenho certeza de que a comunidade universitária sabe disso e entende que é preciso um conjunto de pessoas para dar continuidade ao que tem sido feito de bom. Provavelmente, apresentaremos um candidato no início do próximo mês”. Assista os blocos da entrevista;
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