A Universidade Federal da Paraíba (UFPB), assim como todas as universidades do país, passou por dificuldades neste ano devido ao bloqueio de cerca de 30% do orçamento. A reitora Margareth Diniz revelou que todas as universidades terão o mesmo orçamento deste ano em 2020 – no caso da UFPB, R$ 44,7 milhões – e que o ano que vem deve ser ainda mais difícil.
\”O meu entendimento é que 2020 será um ano mais difícil, considerando que está previsto o mesmo orçamento e que começará com 36% dos recursos bloqueados. O mais grave é que, agora, a liberação vai depender do Congresso Nacional\”, disse a reitora.
Margareth garantiu ainda que, mesmo com os problemas no orçamento, a assistência estudantil está garantida, mas há uma luta para transformá-la em lei. \”O Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), pela LOA 2020, está mantido. Mas há uma grande preocupação de todos os reitores porque o Pnaes é um decreto. É o decreto 7.234 de 2010. Sendo um decreto, está sujeito a alguém acabá-lo. O que a gente vem dizendo e continua batalhando é que o Pnaes se transforme em uma lei. Já existe um Projeto de Lei (PL) tramitando na Câmara dos Deputados e nós estamos acompanhando de muito perto\”.
Segundo a reitora, embora a notícia da criação do curso de Inteligência Artificial na UFPB tenha chamado bastante atenção, a situação do país não permite a criação de novos cursos. \”Veja que o curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial foi um criado a partir de outro. Não houve demanda para além do que já existia. Um curso se transformou em outro para se adequar ao que a gente chama de Educação 4.0\”, esclareceu.
\”Nesse quadro geral do país, criar novos cursos é temerário. Porque são necessários códigos para contratação de professores, de servidores técnico-administrativos e de investimento em infraestrutura. Se a perspectiva do orçamento de 2020 é de nem viabilizar as ações mínimas, então é praticamente impossível a criação de novos cursos\”, completou.
Em relação às bolsas da pós-graduação, Margareth disse estar preocupada com notícias recentes que apontam mudanças na forma de distribuição. \”Recentemente, saiu a publicação do governo de que eles vão abrir editais para bolsas de mestrado e de doutorado, tirando da universidade a distribuição delas.
Isso é extremamente preocupante. Imagine que pode chegar uma pessoa e dizer, olhe, eu me candidatei a um edital, eu ganhei uma bolsa para mestrado e quero fazer um mestrado. A pergunta é: essa pessoa tem perfil para tal pós-graduação? O orientador que existe no programa é adequado para o perfil desse mestrando, desse pós-graduando?\”.
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