Há exatamente quase 14 anos após a prisão de José Adalberto Vieira da Silva, ex-petista, na época assessor do então deputado estadual José Guimarães (PT), no aeroporto de Congonhas com US$ 100 mil na cueca e mais R$ 209 mil em uma maleta, o chamado “Caso dos Dólares na Cueca”. Quem não lembra? Pois é. O atual prefeito da cidade de Bayeux, Berg Lima, também entrou no bloco da cueca.
Foram 17 meses de afastamento do cargo, pois o ex-presidiário que retornou por força judicial ao mandato está na mira dos foliões que vão aproveitar o carnaval para de forma divertida e irreverente, fazerem o seu protesto contra os desmandos que ele vem causando na administração pública do município. Ao ser preso em flagrante, com direito a filmagem e repercussão na grande mídia como achacador, o ex-presidiário despencou com a mão na cumbuca, ou melhor, com DINHEIRO NA CUECA! Vale uma paródia: “É sal é pedra, é o fim do caminho”, É o fundo do poço, é o fim do caminho… São as águas de março fechando o verão. É CARNAVAL! É DINHEIRO NA CUECA!
Enquanto o bloco passa na Liberdade, estamos acorrentados e amordaçados, na mais completa sensação de impotência, por hora, sem salário e sem esperança, entretanto como um bom folião, sem perder o passo (já que o salário não está no nosso bolso), é hora de cair na folia, com marchinhas, swings e danças, soltar o grito preso na garganta, no ritmo mais contagiante da cidade: “DINHEIRO NA CUECA”!
Vamos gritar: Viva ao servidor que foi lesado! Trabalhou duro feito um condenado, mas o dinheiro foi parar na CUECA (só não foi na minha). Hoje é CARNAVAL! Se balançar sai “EURO, sai DOLAR e sai REAL. É DINHEIRO NA CUECA, HOJE É CARNAVAL”. Do fantástico ao Jornal Nacional, do Sertão ao Litoral, do Mutirão ao manguezal, DINHEIRO NA CUECA É O HIT DO CARNAVAL.
Não quero ser engraçado, mas indignado e malogrado, quero ver Bayeux nas ruas, nas praças e avenidas, seguindo o bloco na Brasil, dizendo a todo o Brasil, que em Bayeux o dinheiro não está no bolso do servidor, mas NA CUECA DO PREFEITO.
Por Paulo Duarte
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