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PB registra 165 casos de estupro em 9 meses: ‘violência tem relação com machismo’, diz delegada

 

De janeiro a setembro de 2019, 165 casos de estupro e estupro de vulnerável foram registrados na Paraíba. os dados são da Delegacia Geral de Polícia Civil e mostram que o mês de maio foi o mais violento em relação a esses crimes. Para a delegada adjunta da mulher, Renata Matias, essa situação de violência contra a mulher está arraigada em preconceitos e no machismo. “Ela bebeu”, “ela mereceu”, “ela permitiu”, “ela pediu”: essas são frases, Renata lembra, que ainda são comuns e muito fortes, mas que precisam ser combatidas.


De acordo com os dados, depois do mês de maio, os meses de janeiro, julho e setembro foram os mais violentos em relação a casos de estupro, com 22 casos em janeiro e julho, cada, e 20 em setembro.


“A gente faz um trabalho de conscientização, de enfrentamento a todo tipo de violência contra a mulher. Vem surtindo efeito, mas não é tão rápido. Infelizmente, a gente sabe que essa é uma cultura que vem de muito tempo”, enfatiza Renata Matias.


É importante sempre denunciar. No entanto, em casos de estupro, a profilaxia é urgente. O Instituto Cândida Vargas (ICVIO) é um local de referência para uma oferta de assistência especializadas para mulheres que sofreram violência sexual e/ou doméstica. A vítima tem assistência médica com enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, além de um trabalho em parceria com a polícia, o conselho tutelar e outros órgãos.


Ao todo, 128 mulheres foram, atendidas de violência sexual de janeiro a outubro de 2019.Nesse mesmo período, 11 mulheres realizaram o aborto legal, previsto no Código Penal.


Mesmo atuando em parceria com outros órgãos de defesa, o atendimento no Instituto para as vítimas de violência acontece também por demanda espontânea. Basta que a vítima procure diretamente a unidade hospitalar.


No local, a paciente deve receber a classificação de risco vermelha e será encaminhada ao atendimento imediato e reservado, onde todo o processo acontece de forma sigilosa.


O atendimento em casos de violência sexual deve acontecer em até 72 horas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS). Toda assistência prestada seguem um protocolo instituído pelo Ministério. No entanto, se a vítima buscar o serviço após as 72 horas, ela também será atendida da mesma forma, mudando apenas os protocolos de atendimento a serem realizados.


“No ICVIO acolhemos essa mulher com toda discrição e cuidado que o momento requer. É importante que ela chegue ao serviço em até 72 horas, pois nesse tempo conseguimos realizar as profilaxias tanto para ISTs quanto a anticoncepção de emergência, medida essencial para se evitar a gravidez em consequência de estupro, que realizamos com o consentimento da vítima”, explica a enfermeira do serviço, Vanessa Montenegro.


Caso a vítima seja criança, será atendida no Instituto desde que tenha tido a menarca (primeira menstruação). Se não tiver havido a menarca, a criança ou adolescente será atendida no Hospital Infantil Arlinda Marques. Já em casos da vítima ser do sexo masculino, o atendimento será realizado no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena.

 

G1PB

 

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