O programa ‘Fantástico’, da Rede Globo, trouxe uma reportagem especial, neste domingo (5), sobre a alta utilização de cigarros eletrônicos entre jovens no Brasil. O dispositivo, que surgiu como uma alternativa para os cigarros convencionais, tem se mostrado mais ofensivo à saúde, com maiores taxas de dependência de nicotina que, supostamente, o equipamento oferecia menor nível.
Virou moda. A cada dia vem crescendo o número de jovens que fazem uso desses equipamentos. Sob o pretexto de ser ‘menos prejudicial’, jovens estão sendo enganados em uma verdadeira armadilha, pois aos poucos estão se tornando dependentes dos dispositivos eletrônicos, a que o médico Dr. Drauzio Varella comparou ser uma ‘epidemia de nicotina’.
“(Os cigarros eletrônicos) Nada mais são do que dispositivos para administrar nicotina, a droga que provoca a dependência química mais escravizadora. Eu sei, porque senti no corpo. Eu fumei dos 17 aos 36 anos. Todo o esforço que nós fizemos para reduzir o número de fumantes será perdido. Estamos criando uma legião de dependentes de nicotina e de fumantes passivos, que ficarão com os pulmões doentes, agredidos pela fumaça dos que fumam os eletrônicos”, afirma Drauzio Varella.
O engano está, justamente, na composição química dos dispositivos. Um cigarro convencional oferece cerca de 15 tragadas, o que significa 300 tragadas para cada carteira, que contém 20 unidades, e cada unidade contém 1 miligrama de nicotina. Entretanto, os cigarros eletrônicos oferecem 1.500 tragadas, que correspondem a cinco carteiras de cigarro. Esses valores são regulamentados pela ANVISA.
Entretanto, sem legislação regulamentadora, os cigarros eletrônicos podem oferecer muito mais que 1 miligrama de nicotina em um dispositivo que contém cerca de 1.500 tragadas. Chamados também de vaporizadores ou vapes, possuem características similares, uns soltam mais vapor [aerossol], outros são mais potentes, mas a finalidade é a mesma: imitar um cigarro convencional.
“A nicotina líquida é aquecida dentro desse dispositivo e ao dar uma tragada, forma-se um vapor. Só que para formar esse vapor, é necessário que se insiram substâncias que não existem no cigarro tradicional. O usuário de cigarro eletrônico aumenta em 42% a chance de ter um infarto. O adolescente que usa cigarro eletrônico, ele aumenta em 50% a chance de ter uma asma”, afirma Stella Martins, pneumologista do InCor.
A Universidade Federal de Pelotas fez uma pesquisa que revelou que quase 20% dos adultos entre 18 e 24 anos já experimentaram algum tipo de cigarro eletrônico. O valor corresponde a quase três vezes o número da população em geral. Apesar de que muitos também utilizam, menores de 18 anos não foram ouvidos na pesquisa.
Blog do Jordan Bezerra | Saúde
Com informações do Portal G1
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