Sofrimento duplo, é assim que duas famílias da cidade de Catingueira-PB definem a triste situação pela qual passam atualmente, pois desde o dia 3 de dezembro de 2018 que os parentes do professor Gilbamar Gomes e do estudante Cleiton Silva aguardam a identificação e a liberação dos corpos dessas vítimas para eles darem seu último adeus, mas essa espera parece ser infinita.
Faz mais de 100 dias que a angústia se renova a cada, porque ninguém resolve nada. Querendo acabar com esse sofrimento foi que os familiares fizeram um apelo às autoridades. O Blog do Jordan Bezerra ouviu os desabafos dos familiares na noite desta quinta-feira (21), na cidade Catingueira-PB, que narraram todo sofrimento e as constantes batalhas com os responsáveis pelo IML de Patos.
Gerlânia Rodrigues é irmã de uma das vítimas que foram carbonizadas em um acidente em 2018, e até então o corpo de seu irmão não foi liberado pelo Instituto Médico Legal em Patos. Gerlânia contou à reportagem do Blog do Jordan Bezerra o desespero que vem vivendo juntamente com sua família, pois até o momento não pôde se despedir de seu parente com dignidade.
“Nós que somos familiares dessas vítimas precisamos de uma resposta, pois o nosso desejo é poder dar ao menos um enterro digno a eles. É muito sofrimento, pois minha mãe tem depressão, e desde então ela não tem mais paz. Então eu clamo aos responsáveis, aos que podem fazer algo por todos nós. Aliviem a nossa dor”, clamou Gerlânia
Cleide Kaline é mão de uma das vítimas do trágico acidente. Ela expressou seu sofrimento ao lutar diariamente pela liberação do corpo do seu filho no IML. Cleide pediu que eles tivessem o mínimo de respeito possível pelas pessoas, pois sequer uma resposta os responsáveis pelo órgão dão às famílias.
“É um tormento, pois todos os dias nós ficamos esperando uma resposta do IML, mas eles deram 3 meses e até agora nada. Mas nós iremos correr atrás. Nosso sofrimento aumenta a cada dia, e nós precisamos muito que o meu filho tenha um enterro digno. Nós não dormimos mais tranquilos, pois além da perda, a dor da espera machuca demais, pois foi uma tragédia horrível. Nós estamos implorando por um enterro digno. Eles não sabem o que estamos passando, por isso não estão nem aí para o nosso sofrimento”, expressou com pesar dona Cleide.
Quando os familiares vão ao IML em busca de uma resposta, o único argumento que recebem é de que o Instituto está em reforma e que não podem liberar os corpos antes dos exames, que não foram realizados ainda em função da obra. Entretanto já passam dos 3 meses de espera e o que não é aceitável é que não há sequer um prazo para a liberação das vítimas, o que deprime ainda mais os parentes.
Blog do Jordan Bezerra
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