Ansiedade, expectativa e tensão. Faltam poucas horas para conhecer o novo campeão da Libertadores 2021. Muito tem se falado sobre quem é o favorito na decisão, deste sábado (27), entre Palmeiras e Flamengo no estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai. Pensei muito a respeito e lembrei das últimas duas finais da competição sul-americana em que os clubes brasileiros faturaram o bicampeonato.
Em 2019, o Flamengo não teve moleza contra o River Plate, em Lima, no Peru. Até os 43 minutos do segundo tempo, o time brasileiro perdia por 1 a 0 e a taça já estava nas mãos dos argentinos. Era questão de tempo. Mas era dia de Gabigol. O camisa 9 virou o herói da partida e mostrou mais uma vez que era decisivo. O centroavante marcou dois gols em três minutos, aos 43 e nos acréscimos, 46. Uma final de tirar o fôlego e testar cardíacos. Um triunfo espetacular para levantar a segunda taça que o Rubro-negro perseguia há 38 anos.
A conquista do Palmeiras, este ano contra o Santos no Maracanã, também foi emocionante. Diferentemente do Flamengo, o herói do Verdão foi improvável. Quando o duelo brasileiro estava empatado, em 0 a 0, e o jogo indefinido, o atacante Breno Lopes saiu do banco para marcar o gol do título, aos 53 minutos do segundo tempo. Ele tinha entrado no lugar de Gabriel Menino há 14 minutos. Um gol para lavar à alma do criticado mineiro que tinha chegado ao clube há menos de três meses. Breno entrou para a história do time alviverde. 21 anos depois, o Palmeiras faturava o bi da Libertadores.
Duas conquistas na base da raça e nos acréscimos. Final de Libertadores é assim. Pressão e sufoco do começo ao fim. Os jogadores colocam o coração na ponta da chuteira e lutam pelo maior título da América do Sul como se fosse um prato de comida.
Hoje, vale tudo, até gol feio. O ídolo do seu time poderá decidir a partida. Mas aquele jogador que você tanto critica também terá a chance de ser o personagem do jogo, o cara do título. Aquele que você jamais irá esquecer. Um predestinado!
Infelizmente, apenas um vence. E quem triunfar, neste sábado, entrará para outra galeria na história do futebol brasileiro: o de times tricampeões da Libertadores. Apenas três clubes fazem parte dela: Santos, São Paulo e Grêmio. Por isso, cheguei a seguinte conclusão: a obsessão por essa taça é que vai definir o verdadeiro favorito.
Carlos Sartori – ESPN Brasil
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