As exportações do estado da Paraíba somaram o montante de US$ 84 milhões no período de janeiro a julho de 2022, um crescimento de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações cresceram 126,7% e totalizaram US$ 674,2 milhões no período. Assim, a balança comercial do estado registrou um déficit de US$ 590,2 milhões, conforme dados do Ministério da Economia.
A Paraíba ocupa o 25º lugar no ranking das exportações entre as unidades federativas, à frente apenas dos estados de Sergipe e Acre, e esse valor corresponde a apenas 0,04% das exportações brasileiras. No que se refere às importações, a Paraíba ocupa o 18º lugar no ranking, representando 0,4% de participação nas importações do país.
Os calçados continuam sendo o principal produto exportado, representando 58% de todas as exportações do estado. Sucos de frutas (11%), fios têxteis (6,6%), frutos do mar (4,2%) e minérios (4,1%) fecharam o top 5 dos principais produtos exportados. Estados Unidos (14%), Bélgica (8,3%), França (7,5%), Argentina (7,4%) e Filipinas (6,2%) foram os principais destinos das exportações paraibanas no período.
Na contramão do cenário nacional, cujos produtos agropecuários impulsionam as exportações do país, a Paraíba se destaca pelo fator agregado das suas exportações. Os produtos da indústria de transformação representaram 88,1%, os da indústria extrativa corresponderam a 8,2% e os produtos agropecuários representaram apenas 3,6% das exportações do estado entre janeiro e julho.
Se por um lado isso pode demonstrar uma indústria de transformação desenvolvida, por outro isso revela um cenário preocupante: a dependência ampla de um único setor da economia, movido praticamente por uma única empresa; a estagnação do setor agropecuário, cuja produção abastece quase que somente o mercado local; a participação de poucos municípios nas exportações do estado (somente 27 dos 223 municípios paraibanos realizaram alguma exportação de janeiro de 2019 até julho de 2022); e a falta de políticas públicas que visem fomentar as exportações do estado.
Por: Ricardo Medeiros
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