O Blog do Jordan Bezerra conversou, nesta quinta-feira (02), com a economista e professora, Roberta Trindade, que fez uma avaliação da economia brasileira no governo de Bolsonaro.
Segundo dados do IBGE já são 13 milhões e 400 mil desempregados no Brasil.
Para a economista, ainda é cedo para fazer uma análise mais aprofunda. Contudo, os sinais de melhoramento da economia do Brasil são frágeis, pois o governo aposta em uma única frente, que é a Reforma da Previdência. Para a professora, é preciso ‘atacar’ em um conjunto para o efeito ser favorável.
“Na verdade, cinco meses de uma conjuntura de dificuldades, que a gente vem enfrentando em uma crise institucional, econômica e politica, de fato é pouco tempo para fazermos uma avaliação, mas em termos de perceptivas, já temos algumas ideias que podemos analisar, a exemplo da condição do desemprego no país, que é um problema estrutural, pois vem se formando ao longo do tempo, mas reforça a ideia de que a economia precisa da sinais de retorno ao crescimento, embora seja uma preocupação do governo, nada foi feito nesse sentido”, afirmou a professora.
Para a economista, é um erro do governo investir todas as fichas na Reforma da Previdência, embora seja necessária. Contudo não é correta do modo que foi apresentada, além disso, existem outros caminhos para o governo, como a Reforma Tributária.
“O governo aposta apenas na Reforma da Previdência, é isso que ele tem trabalhado. Uma reforma que precisa ser feita, mas não desses moldes que está se propondo e nem é única pedra, ou única solução. E não terá retorno suficiente se não for associada a outras reformas, a exemplo da Reforma Tributária, que para todos nós é mais necessária, pois é reforma ativa extremamente necessária, pois mexe na remodelação da estrutura de produção do país, visto que nossa carga tributaria é muito elevada”, disse Trindade.
Segundo ela, o Brasil precisa de investimentos em infraestrutura e na produção. No entanto, com a carga alta de tributos, não atrai os investidores, pelo contrário. Para tanto, é importante ter uma alíquota mais baixa, entretanto o governo não está trabalhando nesse sentido ainda. É um ponto chave para melhorar a economia do Brasil.
O governo está falando em diminuir a burocracia para abertura de novas empresas, isso é viável e salutar. Outro ponto a ser observado é investir na mão de obra qualificada por meio da educação, porque nossa mão de obra ainda deixa a desejar. No entanto, o governo está na contramão dos fatos, pois anunciou recentemente cortes no investimento do Ensino Superior. O governo fala em investir no Ensino Básico que é importante, contudo sem tirar recursos do Ensino Superior. Investir em pesquisa e desenvolver e usar o que já faz a serviço desse crescimento da economia, pois quem estuda tem obrigação de dar sua contrapartida ajudando ao país.
Para a professora, não é admissível a passividade do governo para combater tanto desemprego no Brasil, pois precisa-se de ações imediatas e um planejamento a longo prazo para o desemprego veja revertido.
Por fim, a economista falou sobre as decisões do governo federal, que muitas vezes não são tão firmes e sofrem mudanças constantes. Falou das crises institucionais e políticas.
“Eu falo sempre aos alunos das crises institucionais e políticas, que refletem, justamente nessa análise, o fato de essas decisões não serem seguras, dos riscos não serem calculados, da equipe econômica do governo não ter um pensamento coeso”, contou a professora Roberta.
Finalizou dizendo que a Petrobrás sempre foi a pedra no sapato do governo, do ponto de vista operacional, pois um aumento dado aos combustíveis e nos produtos derivados do petróleo tem um processo de cascata e mexe, naturalmente, com a economia no geral.
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