A economista e professora Roberta Trindade comentou, em entrevista ao Blog do Jordan Bezerra, o recente pacote de medidas anunciado pelo governo federal. O objetivo central das ações é conter o déficit nas contas públicas e garantir o equilíbrio fiscal, uma estratégia que ela considera essencial. “Quando o déficit existe, é preciso ajustar e equilibrar”, explicou Roberta, destacando que as medidas buscam adequar o orçamento ao chamado arcabouço fiscal e à responsabilidade fiscal, ambos compromissos assumidos pelo governo.
Entre as medidas anunciadas, a mais impopular é o reajuste do salário mínimo, que será limitado a um aumento de até 2,5% acima da inflação. Para Roberta, essa decisão penaliza especialmente a população de baixa renda. “Não é que não haverá aumento, mas ele será menor do que o que vinha sendo praticado. Como o salário mínimo já é insuficiente para cobrir as necessidades básicas, o impacto será ainda maior para quem depende dele”, afirmou.
Outra medida polêmica é a redução dos chamados supersalários. Apesar de atingir uma parcela pequena da população, Roberta ressalta que a decisão é menos dolorosa para quem já tem altos rendimentos.
Por outro lado, a economista elogiou o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil mensais, medida que considera mais justa e democrática. “Isso torna o imposto mais progressivo, permitindo que quem ganha menos pague menos e quem ganha mais contribua mais”, destacou.
O governo pretende economizar cerca de R$ 70 bilhões com essas e outras ações. Segundo Roberta, embora necessárias para equilibrar as contas públicas, as medidas precisam ser analisadas com cautela devido ao impacto direto na população mais vulnerável. “São decisões antipáticas, mas fundamentais para adequar as despesas à realidade fiscal do país”, concluiu.
Blog do Jordan Bezerra
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