Em uma videoconferência com outros presidentes de comitês olímpicos realizada nesta terça-feira, o Comitê Olímpico Espanhol (COE) considerou pedir pelo adiamento das Olimpíadas, temendo que os esportistas do país participem da competição em situação de desigualdade devido a situação do coronavírus no país.
De um dia para o outro, os casos do Covid-19 cresceram exponencialmente na Espanha, chegando a mais de 11 mil em dados da última terça. O número de mortos chega a quase 500. Segundo o comunicado divulgado pelo COE, o país já decretou estado de emergência.
– As notícias que recebemos todos os dias são desconfortáveis para todos os países do mundo, mas para nós, o mais importante é que nossos atletas não podem treinar e celebrar os Jogos em condições desiguais. Queremos que as Olimpíadas aconteçam, mas com segurança – defende Alejandro Blanco, presidente do comitê espanhol.
A Espanha está em quarentena desde o domingo. Os moradores só podem deixar suas casas para comprar remédios, mantimentos, ou ir ao hospital. As multas para quem sai das residências sem um bom motivo podem chegar a 600 mil euros, situação que também atinge os atletas que vivem no país, como a brasileira Núbia Soares. Atleta de Salto, ela precisou montar um \”centro de treinamento\”, em seu apartamento, na cidade de Guadalajara.
– A decisão deve ser tomada pelo Comitê Olímpico Internacional depois dos relatórios da Organização Mundial da Saúde e do Comitê Organizador. Somos um país importante no mundo, e a quatro meses para os Jogos, nossos atletas não conseguem chegar em condições iguais – afirmou o presidente do Comitê Olímpico Espanhol.
JOGOS ESTÃO MANTIDOS
Ainda nesta terça-feira, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já havia emitido um comunicado oficial garantindo o compromisso de realizar as Olimpíadas de Tóquio na data planejada, entre 24 de julho e 9 de agosto.
– A saúde e o bem-estar de todos os envolvidos nos preparativos para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 são a nossa principal preocupação. Todas as medidas estão sendo tomadas para salvaguardar a segurança e os interesses dos atletas, treinadores e equipes de apoio. Nós somos uma comunidade olímpica, nos apoiamos nos tempos bons e nos difíceis. Essa solidariedade olímpica nos define como uma comunidade – disse o presidente do COI, Thomas Bach.
No entanto, a decisão não é um consenso entre a própria comunidade olímpica. Membro do COI, canadense Hayrley Wickenheiser, tetracampeã olímpica de hóquei no gelo, classificou como \”irresponsável\”, a decisão de não adiar os jogos diante do avanço do coronavírus no mundo.
– Dizer neste momento para que os atletas sigam em frente em suas preparações é uma injustiça não só para eles como para toda a população global – criticou a ex-atleta.
Globo
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