O BC (Banco Central) revisou para cima a projeção para a inflação de 2021, que ficou em 5%, 1,25 ponto percentual acima da meta, mas ainda dentro do intervalo de tolerância. A estimativa foi publicada nesta quinta-feira (25).
No relatório de inflação anterior, o BC projetava 3,4% para 2021 e 3,4% para 2022.
A simulação feita pela autoridade monetária mostra que os preços podem acelerar 4,2% no melhor cenário. No pior, a inflação estouraria o teto da meta e chegaria a 5,8%. A meta fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) é de 3,75% com tolerância de 1,5 ponto para cima e para baixo.
No texto, o BC diz que a probabilidade de estourar o teto aumentou em 33 pontos percentuais desde o relatório anterior – era de 8% e passou para 41%.
A autarquia diz que os principais motivos para a revisão foram inflação recente acima do esperado, depreciação cambial, elevação do preço das commodities, incluindo petróleo, e aumento das expectativas de preços administrados.
Para tentar conter a escalada de preços observada nos últimos meses, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, a 2,75% ao ano, em 17 de março. A alta veio acima das expectativas do mercado.
O BC também revisou a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2021 para 3,6%, 0,2 ponto percentual abaixo do divulgado no relatório de dezembro.
\”Ressalte-se que essa perspectiva está condicionada à continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira, condição essencial para permitir a recuperação sustentável da economia\”, diz o relatório.
O BC deu ênfase ao crescimento econômico observado nos indicadores recentes e afirmou que a retomada deve ter se estendido até fevereiro, mas ressaltou que ainda não refletem os efeitos piora da pandemia de Covid-19, que, segundo o texto, poderão ser vistos a partir de março.
\”A partir do final de fevereiro foi observada piora mais rápida e mais disseminada nos indicadores da pandemia, que já se encontravam em patamares similares aos registrados no momento mais crítico de 2020. Em resposta à deterioração, novas medidas de distanciamento social foram adotadas por vários governos locais\”, destaca.
Folhapress
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