segunda-feira , 28 abril 2025
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UMA POR DIA… Eu sou o Nordeste inteiro

 

O comentário feito pelo presidente Jair Bolsonaro, na sexta feira (19), em Brasília-DF, antes de um café da manhã com a imprensa estrangeira, foi bem deselegante… – Isso para não dizer: xenofóbico, preconceituoso, descabido.

 
Sem saber que estava sendo gravado, Bolsonaro virou-se para o chefe da casa civil Onix Lorenzoni e disse: – “Daqueles governadores ‘Paraíba’, o pior é o do Maranhão”. O restante do áudio não dá pra entender bem, porém aqueles “três segundinhos” foram suficientes para gerar uma discussão maior que a região Nordeste e provocar a fúria “lampionesca” de seu povo.

 
Apesar de dizer que não ia se pronunciar, oficialmente, o presidente fez discursinhos para o povo nordestino, reiterando que aquela fala foi em oposição aos governantes, colocando na conta da política o desabafo preconceituoso.

 
Eu não votei em Bolsonaro, mas se tivesse votado estaria com vergonha, não constrangido. Nem tanto por esse episódio, em particular, mas pela sequência de atropelos e visão equivocada de um governo que vem atirando no próprio pé. Espero, ansioso, pelos acertos que virão tendo como alvo: “o povo acima de tudo” – Pois, já basta de sofrer com essa vidinha de matuto que morre de tudo, menos de inanição, como ele próprio diz.

 
Ainda somos pobres, analfabetos… – Mas temos dignidade e sol na “mulêra” para entender o que pode vir depois do desamor.Sou bandeira da Paraíba. Eu nego, senhor presidente! Sobrevivente da coragem dos que não fugiram à luta.Sou vassoura de agave, o sal de cozinhar. Sou Chico Anísio, Augusto dos Anjos, Gilberto e Paulo Freire. Sou daqui e vim pra ficar.

Sou frei Damião que adotou este lugar.Deodoro da Fonseca, dom Hélder Câmara, Gonçalves Dias, Pedro Américo, zumbi dos Palmares.Sou cana-de-açúcar, algodão, abacaxi… sou “Vidas secas”, ‘O quinze’, a ‘Bagaceira’, ‘Morte e Vida Severina’, um disco de Zé Ramalho.


Sou cantador de viola, o cego Aderaldo, sou Antônio Conselheiro, sou o rio São Francisco, o aboio do vaqueiro, a vaquejada, a procissão, o forró de Luiz Gonzaga, rei do baião. 

Sou de sobrenome Ariano. Eu sou o nordeste inteiro…

É da internet a frase mais sabida: – Não troco o meu “ôxente” pelo “tá ok” de ninguém.

 

 

Misael Nóbrega de Sousa

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