segunda-feira , 28 abril 2025
Lar Opinião UMA POR DIA… Epitáfio
Opinião

UMA POR DIA… Epitáfio

 

A morte deveria ser a mais solene de todas as celebrações que conhecemos. 

 
O corpo, depositado numa vala comum e coberto com o próprio chão “para que a bicharada roa o coração depois da morte”… É um abandono. 

 
Ele tem que ser ungido pela palavra, pois apenas o silêncio não basta. 

É na cova onde se deve deixar todas as culpas e acender uma vela.

E o devemos visitá-lo, diuturnamente, depois de sepultado. Assim, aprendemos sobre compaixão e conceberemos o nosso próprio funeral.

Como pensar em honradez se não nos diminuirmos?

Os critérios de veneração também têm que ser mais bem elaborados: perdão, consternação, pranto não representam grande coisa diante do capítulo que se encerra.

E, permaneceremos de joelhos, por um longo tempo.

A cruz é a penitência; o túmulo, o descanso; a oração é o agradecimento; a grinalda para que se lembre de quando menino; a maior resignação reservada à mãe; e o luto, eterno.

Quer seja formal, material ou moral, a morte redime a todos dos erros passados. E só após vencido esse estágio é que viramos Santos.

Ao coveiro – e a mais ninguém, deve ser legitimado o direito de plantar uma flor.

 

Misael Nóbrega de Sousa

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Padre Fabrício celebra 16 anos de evangelização realizados com Amor – por Jordan Bezerra

  O padre Fabrício Dias Timóteo, que pertence à Diocese de Patos,...

Umas e Outras

  Nabor Wanderley vai entregar à população patoense um verdadeiro cemitério de...

Três anos de saudades de meu pai, Miguel Lilioso, por Jordan Bezerra

  Hoje, 5 de abril de 2024, a saudade se renova em...

Futebol de Patos precisa de um Aldeone Abrantes – Por Jordan Bezerra

  Quem acompanha o futebol de Patos está se questionando sobre o...